Mais um pedaço.
(quase que me esquecia)
Em jeito de descrição: o Atlântico penetra no Deserto. Penetra mas a fecundidade é nula: o terreno em volta continua seco e desértico.
Ouvia-se boa música.
de casa,
da Cunha.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
A estrada - video 1.
Nos próximos dias - de acordo com a minha sempre presente vontade para nada fazer - vou dispor alguns videos da estrada, sempre igual mas sempre bela. Belo, belo esse deserto, e que consistente é o seu discorrer, igual a si mesmo.
Belos de ver, portanto, são também - e nunca esquecendo o vero exibionismo de quando em quando - os cicerones que sorriem, além, envergonhados.
Belos de ver, portanto, são também - e nunca esquecendo o vero exibionismo de quando em quando - os cicerones que sorriem, além, envergonhados.
As dunas têm aquela mania languinhenta que as senhoras de Mosteirinho, povoado limitrofe do meu amado aldeamento, sempre demonstraram: caminharem lentas, languinhentas e gordas - e sempre feias! Desculpem, eram feias as mulheres e raparigas de Mosteirinho! Hoje já se encontra, num bom pedaço de alcatrão bem cilindrado, uma pueril rosada ja de formas adocicadas! - sobre a estrada.
Até a volta. Vão passando.
da Cunha.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
O fim da metade
Revela-se aqui que o senhor João Lagos deverá começar a investir num rallye que vá até Joanesburgo ou mesmo Melbourne. Diz que fomos até Dakar (é verdade que nem sempre no mesmo carro...) e que já está!
Eu segui para Portugal, em virtude da orçamentação começar a exceder o aceitável e o voo de regresso serem uns simpáticos 514 érios (e não os calculados 300). O Rui, que não conseguiu voo para Lisboa e tem mais férias do que eu deverá terminar o périplo onde o começámos, na maravilhosa casa do Tim e da Elisabeth em Jimera de Libar. Acho que já anda por lá a esta hora.
Agora, também eu serei um fiel expectante das suas crónicas inéditas, bem como de fotos que ainda estarão nos cerca de 4 ou 5 Gb de memória imagéticas.
Outras histórias e actualizações já poderão agora decorrer ao sabor da bela mini aqui num tasco perto de si!
Obrigado a todos, foi a minha aventura colectiva; a quinzena da aventura viseense nesta primeira ediçao do Viseu-Dakar. Feito!
O abraço,
Pedro
Eu segui para Portugal, em virtude da orçamentação começar a exceder o aceitável e o voo de regresso serem uns simpáticos 514 érios (e não os calculados 300). O Rui, que não conseguiu voo para Lisboa e tem mais férias do que eu deverá terminar o périplo onde o começámos, na maravilhosa casa do Tim e da Elisabeth em Jimera de Libar. Acho que já anda por lá a esta hora.
Agora, também eu serei um fiel expectante das suas crónicas inéditas, bem como de fotos que ainda estarão nos cerca de 4 ou 5 Gb de memória imagéticas.
Outras histórias e actualizações já poderão agora decorrer ao sabor da bela mini aqui num tasco perto de si!
Obrigado a todos, foi a minha aventura colectiva; a quinzena da aventura viseense nesta primeira ediçao do Viseu-Dakar. Feito!
O abraço,
Pedro
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Mais fotos (porque eu sei que anseiam).
Campo minado. Duas palavras que juntas amedrontam tanto como um elefante desaurido e triste de amores. Nesta terra de ninguém, juntaram as palavras apenas nas bermas. Sobrou uma pequena lingua de pedras rijas onde o Renault trambulhou com dores.
Nao vas para as bermas, dizia o Pedro, depois do guia nos abandonar a meio trajecto. E eu nao fui.
O senhor em baixo é senao o melhor agente aduaneiro alternativo que ja se conheceu na fronteira maritima do Senegal. Perfeito na dissimulaçao de dois portugueses mais amedrontados que brancos. Foi lindo. Quem me dera netos e uma lareira.
sábado, 9 de agosto de 2008
Foi enternecedor.
A verdade:
dobrado o bojador ( para enaltecer o feito, o Pedro serviu-se de pata de camelo guisada com grão de bico, sem foguetes),
ultrapassado o tropico de cancer,
rasgado o Saara de norte a Sul,
ultrapassado um campo minado sem estrada,
entrados num pais em meio golpe de estado,
chegou a altura de dar ao carro uma vida nova.
Vendemos o carro por 300€ ao quilometro 3701.
Prolongamentos da novela seguem depois. Estamos perto demais da fronteira para falar mais do assunto.
Hoje estamos em Saint Lois e banhamos o corpo em piscina de 33°. Senegal, portanto.
Vamos ali ver as vistas que o sitio é bonito. Ha, e anda ai um grupo de francesas.
... daqui,
da Cunha.
dobrado o bojador ( para enaltecer o feito, o Pedro serviu-se de pata de camelo guisada com grão de bico, sem foguetes),
ultrapassado o tropico de cancer,
rasgado o Saara de norte a Sul,
ultrapassado um campo minado sem estrada,
entrados num pais em meio golpe de estado,
chegou a altura de dar ao carro uma vida nova.
Vendemos o carro por 300€ ao quilometro 3701.
Prolongamentos da novela seguem depois. Estamos perto demais da fronteira para falar mais do assunto.
Hoje estamos em Saint Lois e banhamos o corpo em piscina de 33°. Senegal, portanto.
Vamos ali ver as vistas que o sitio é bonito. Ha, e anda ai um grupo de francesas.
... daqui,
da Cunha.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
As fotos.
Na tranquila vila de Jimera, onde os ingleses encontraram estranhamente um oásis permanente que os espanhois procuram temporariamente. Gozamos os prazeres de Baco com abundancia e rimos copiosamente. Bons dias, boas memórias. A rapariga chama-se Beth e vamos enviar uma folha para se tornar beirã tal a capacidade de alcool que ingere sem entaramelar a lingua. Tem o nosso digno respeito.
- Nunca esquecerei esse olhar fixo, Beth, digo eu.
Rabat em hora de ponta. milhares de pessoas tenam comprar tudo ao mesmo tempo em apenas uma rua.
- Nunca esquecerei esse olhar fixo, Beth, digo eu.
Rabat em hora de ponta. milhares de pessoas tenam comprar tudo ao mesmo tempo em apenas uma rua.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Essaouira para o Saara.
De Essaouira eu falo num tiro: zona pesqueira, porto azul perfeito para fotos faceis; vida tranquila com turistas europeus.
Queriamos por fotos. Mas nao pomos. Depois, logo se vê.
Poderia também falar da cidade de Sidi Ifni e da Harira, sopa de guerreiros ou atravessadores de estepes. Bons. E falei. Pela manha demos boleia a um senhor idoso de rosto divertido, uma pequena batata redonda na ponta do nariz que lhe dava todo o respeito e afastava ao mesmo momento todo o meu medo de ser degolado no meio de umas montanhas onde a unica coisa que se da é um estranho cacto raso e nervoso que se prende a todo o corpo. Sei-o da pior maneira, curiosidade tem ossos. Convidou-nos para um cha caseiro, o melhor da travessia até ao dia de hoje. Eu contribui com um cheiro medonho a cholé, que mesmo depois de dois dias passados, o velho deve estar arrependido de nos ter convidado.
Almocamos em Tan Tan, cidade calma e repetitiva. Depois tudo fizemos para chegar pela noite a Laaihoune. Conseguimos e festejamos com um Cabernet Sauvignon marroquino, um entrecote avec frites. Continuamos a regar com uma Flag Special e dormimos como bébés.
Eu quero falar do deserto e desta gravata negra que atravessa o deserto, junto ao atlantico que refresca o radiador, mas isso fica para amanha. Ou depois. Também queria queria falar da forma maravilhosa como o carro se porta mas fico enternecido e uma lagrima brota timida, pelo que o vou evitar.
Hoje estamos em Dakhla. A estrada segue a lingua de areia-terra até ao ponto nariz.
Golpe de estado na Mauritania e a estrada ficou curta de repente.
Vamos a uma tajine.
da Cunha.
Queriamos por fotos. Mas nao pomos. Depois, logo se vê.
Poderia também falar da cidade de Sidi Ifni e da Harira, sopa de guerreiros ou atravessadores de estepes. Bons. E falei. Pela manha demos boleia a um senhor idoso de rosto divertido, uma pequena batata redonda na ponta do nariz que lhe dava todo o respeito e afastava ao mesmo momento todo o meu medo de ser degolado no meio de umas montanhas onde a unica coisa que se da é um estranho cacto raso e nervoso que se prende a todo o corpo. Sei-o da pior maneira, curiosidade tem ossos. Convidou-nos para um cha caseiro, o melhor da travessia até ao dia de hoje. Eu contribui com um cheiro medonho a cholé, que mesmo depois de dois dias passados, o velho deve estar arrependido de nos ter convidado.
Almocamos em Tan Tan, cidade calma e repetitiva. Depois tudo fizemos para chegar pela noite a Laaihoune. Conseguimos e festejamos com um Cabernet Sauvignon marroquino, um entrecote avec frites. Continuamos a regar com uma Flag Special e dormimos como bébés.
Eu quero falar do deserto e desta gravata negra que atravessa o deserto, junto ao atlantico que refresca o radiador, mas isso fica para amanha. Ou depois. Também queria queria falar da forma maravilhosa como o carro se porta mas fico enternecido e uma lagrima brota timida, pelo que o vou evitar.
Hoje estamos em Dakhla. A estrada segue a lingua de areia-terra até ao ponto nariz.
Golpe de estado na Mauritania e a estrada ficou curta de repente.
Vamos a uma tajine.
da Cunha.
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